Nesta sexta-feira (19), o mercado brasileiro opera em clima de cautela, com o dólar praticamente estável, em leve alta de 0,04%, cotado a R$ 5,3210, enquanto o Ibovespa avançava 0,15%, aos 145.716 pontos, após renovar sua máxima intradiária de 146.399 pontos. O ambiente interno segue influenciado pelo debate político em torno do PL da Anistia, cujo relator, deputado Paulinho da Força, indicou a intenção de propor uma redução de penas, sem perdão total aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, tema que pode ter reflexos no cenário eleitoral de 2026 e gera atenção do mercado. No câmbio, o Banco Central realizou dois leilões de linha, vendendo US$ 2 bilhões com compromisso de recompra em 2026, parte da rolagem dos vencimentos de outubro, operação que não afeta diretamente a cotação do dólar, mas influencia o cupom cambial, ou seja, o custo do financiamento em moeda americana no país.

No cenário internacional, as atenções se voltaram para a primeira conversa em três meses entre Donald Trump e Xi Jinping, que discutiram a permanência do TikTok nos EUA e buscaram sinalizar uma aproximação em meio a tensões comerciais, com expectativa de encontro na cúpula da APEC no fim de outubro. Nos mercados globais, o clima é de estabilidade após semana marcada pela redução de juros pelo Federal Reserve, que reforçou o otimismo em torno de empresas de tecnologia e inteligência artificial. Em Nova York, os futuros de índices registravam leves ganhos, enquanto na Europa as bolsas operavam com altas moderadas, lideradas pelo setor bancário. Já na Ásia, os resultados foram mistos, com quedas em Tóquio, Xangai e Seul, estabilidade em Hong Kong e pequena alta no CSI300. Assim, o pregão desta sexta combina a influência da política doméstica, o movimento técnico do BC no câmbio e a busca por acomodação dos mercados internacionais após uma semana intensa de decisões monetárias.