O dólar iniciou a semana em alta, cotado a R$ 5,5567 nesta segunda-feira (14), refletindo a tensão nos mercados diante da política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump. O Ibovespa, por sua vez, recuava 0,54%. Na semana anterior, o dólar havia subido 2,28% após o anúncio de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, enquanto o Ibovespa acumulou queda de 3,59%.
Embora a nova tarifa só entre em vigor em 1º de agosto, os efeitos já estão sendo sentidos por exportadores, especialmente nos setores de café, carne bovina, suco de laranja, petróleo, aeronaves, mel orgânico e pescados. Empresas estão antecipando embarques para evitar o impacto direto da medida. A preocupação é que, se o dólar continuar alto, a inflação se mantenha pressionada, forçando o Banco Central a manter os juros elevados, o que pode desacelerar a economia e até gerar recessão.
O governo brasileiro, liderado pelo presidente Lula, se mobilizou com reuniões com ministros e o presidente do Banco Central para discutir estratégias. Entre as medidas, está a criação de um comitê de empresários e a possível aplicação da lei da reciprocidade, caso os EUA mantenham as tarifas. Lula afirmou que o Brasil é um país soberano e que não aceitará ser tutelado. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, também criticou os argumentos usados por Trump para justificar as tarifas, chamando-os de distorções dos fatos.
Além do Brasil, o México e a União Europeia também foram atingidos pelas novas tarifas dos EUA, o que levou a reações diplomáticas. A UE classificou as medidas como inaceitáveis, mas busca uma solução negociada. Trump ainda prorrogou a trégua tarifária até 1º de agosto e notificou diversos países com novas imposições, incluindo tarifas de até 200% sobre produtos farmacêuticos.
Por fim, as tarifas de Trump reacendem o temor de inflação global, já que o aumento nos custos de importação pode pressionar os preços ao consumidor. Isso pode levar o Fed (banco central dos EUA) a manter os juros altos por mais tempo, fortalecendo ainda mais o dólar e impactando as economias globais.
